A comunidade islâmica de Guarulhos, divulgou na tarde desta segunda-feira (13), uma nota sobre os últimos ataques sofridos nas redes sociais. Entre os muçulmanos, indignação e repulsa aos rechaços feitos pelo sheik Abdusalam Almansori, no seu perfil pessoal no Facebook.
Os ataques teriam partido por causa de uma dança, no salão de festa da Associação Islâmica Brasileira de Guarulhos, na noite do último sábado (11).
Indignado com as comemorações, o líder religioso fez uma postagem nas redes sociais com acusações e provocou inúmeros ataques aos membros da comunidade islâmica de Guarulhos.

“Nós repudiamos deste ato vergonhoso. O que está acontecendo agora de dança mista entre homens e mulheres, que é transmitida ao vivo na página oficial da mesquita de Guarulhos SIBRA , é considerado um ato vergonhoso, proibido na jurisprudência islâmica, e mostra uma falta de respeito pelas mesquitas, que são sagradas e devem ser respeitadas. Estou chamando a atenção de todos os meus irmãos muçulmanos e muçulmanas, para não serem enganados por essas ações que não pertencem à nossa religião do Islam. Peço aos sheikhes que trabalham nesta mesquita e à Sociedade Islâmica que apresentem um pedido de desculpas e esclarecimentos à opinião pública muçulmana sobre o que aconteceu.”
Vista como perseguição étnica e intolerância, a postagem já ultrapassa 60 compartilhamentos e mais de 300 comentários questionando a moral e a conduta da comunidade islâmica de Guarulhos, o que pode configurar um dano moral coletivo.

No Brasil, a xenofobia é vista como um crime grave. Os acusados podem se punidos com até cinco anos de prisão. A penalidade é baseada na Lei 7.716.
O ato de Almansori provocou uma onde de ataques, entre eles, publicações xenofóbicas e discriminatórias contra os libaneses muçulmanos que participavam das comemorações.

O presidente da mesquita de Guarulhos, Mohamed Abdallah Mazloum diz ter recebido esse ataque com muita surpresa. “O sheik Abdusalam Almansor frequenta a nossa mesquita e sabe qual é a nossa realidade. Seguimos os mandamentos do islã.”
A diretoria da Associação Islâmica emitiu uma nota, que diz:
Á Diretoria da Assibra lamenta a nota de ataque do Sheikh no facebook sem nem uma necessidade, pois ele mesmo em visita a Asssibra , confirmaram que existe separação entre os dois espaços cultural e religioso.”
LEIA NA ÍNTEGRA A NOTA DA ASSOCIAÇÃO ISLÂMICA BRASILEIRA

Por meio de um e-mail, o sheik Almansori disse ao Jornal do Líbano que a sua postagem nas redes sociais em relação a mesquita Guarulhos foi baseada na responsabilidade dele como líder religioso.
“Nunca ataquei a comunidade islâmica de Guarulhos, ou nenhuma outra comunidade, e a minha postagem foi o sobre a dança mista entre homens e mulheres, que foi transmitida ao vivo na página oficial da mesquita de Guarulhos SIBRA , e a questão é que dança mista foi transmitida ao vivo na página oficial da (Mesquita de Guarulhos SIBRA), e a posição da religião islâmica é claro, que devemos respeitar as mesquitas, pois são lugares sagradas, mesmo que sejam lugares virtuais, até o nome da mesquita não pode ser usado dessa maneira, e transmitir o evento da dança ao vivo é considerado um ato vergonhoso, proibido na jurisprudência islâmica, e mostra uma falta de respeito pelas mesquitas, que são sagradas e devem ser respeitadas, sejam virtuais ou reais. e a evidência da minha credibilidade é que o nome da página em qual foi transmitido o evento ao vivo, foi alterado duas vezes, depois da minha postagem, esse mostra que os administradores da página reconheceram o erro deles e mudaram o nome da página por um nome adequado com as danças mistas,” reforça o líder religioso.
* A reportagem foi atualizada no dia 14 de junho, às 10h03.