
Líbano, era 04 de agosto de 2020, o relógio marcava 18h07 quando a cidade de Beirute foi abalada por uma grande explosão, uma das maiores explosões não nucleares já registradas. A explosão era resultado na detonação de centenas de toneladas de nitrato de amônio
Mais de 200 pessoas morreram em consequência da tragédia. Milhares de vítimas foram feridas e uma vasta área da capital ficou devastada. Muitos perderam casa, caros, perderam tudo.
Nesta quinta-feira marca o segundo aniversário da explosão do porto. Os libaneses seguem com o gosto amargo da impunidade. Ninguém foi responsabilizado pela tragédia. São dois anos da catástrofe sem respostas e sem justiça.
Quem sabia sobre os produtos químicos?
Inúmeras pessoas, incluindo o presidente Michel Aoun e o então primeiro-ministro Hassan Diab, estavam cientes da carga.
Pouco depois da explosão, Aoun disse que havia dito aos chefes de segurança para “fazerem o que for necessário” depois de saber dos produtos químicos. Diab também afirmou que sua consciência estava limpa.
A Human Rights Watch disse em um relatório no ano passado que funcionários de alto nível de segurança e do governo “previram a ameaça significativa à vida… e aceitou tacitamente o risco de mortes ocorrerem”.
Quem investigou a explosão?
O ministro da Justiça nomeou o juiz Fadi Sawan como investigador chefe logo após a explosão. Sawan acusou três ex-ministros e Diab de negligência sobre a explosão em dezembro de 2020, mas depois bateu forte empurrão político.
Um tribunal o retirou do caso em fevereiro de 2021 depois que dois dos ex-ministros, Ali Hassan Khalil e Ghazi Zeitar, reclamaram que ele havia ultrapassado seus poderes.
O juiz Tarek Bitar foi nomeado para substituir Sawan. Ele procurou interrogar figuras importantes, incluindo Zeitar e Khalil, ambos membros do Movimento Amal do presidente do Parlamento Nabih Berri, e aliados do Hezbollah.
O juiz Bitar também procurou interrogar o major-general Abbas Ibrahim, chefe da poderosa agência de Segurança Geral.
Todos negaram irregularidades.