A crise no Oriente Médio provocada pelos ataques ordenados por Benjamin Netanyahu contra alvos estratégicos no Irã escancarou o alto custo da missão internacional bancada pelos cofres públicos brasileiros. Em Rondônia, por exemplo, o governador Marcos Rocha está recebendo US$ 741 por dia em diárias durante sua permanência em Israel, o equivalente a mais de R$ 4.300 por dia.
A comitiva oficial do governo rondoniense é composta por seis pessoas: o governador, o secretário de Integração, o chefe da Casa Militar, o chefe de agenda, o chefe de gabinete e o responsável pelas mídias do governo. O grupo viajou ao país a convite da Embaixada de Israel no Brasil e desde os ataques da última sexta-feira (13), permanece retido em território israelense.
Os gastos da viagem são expressivos. Apenas com diárias, o governo estadual já desembolsou cerca de R$ 230 mil. As passagens aéreas para todos os integrantes da comitiva custaram aproximadamente R$ 130 mil. A estimativa total da viagem, que ainda não tem previsão de encerramento, já se aproxima de meio milhão de reais.
Enquanto isso, o risco à segurança aumenta. Após os bombardeios israelenses contra instalações em Teerã e outras cidades iranianas, o Irã respondeu com uma ofensiva de mísseis e drones contra o território israelense. Sirenes de alerta antiaéreo soam diariamente em Tel Aviv e outras regiões, colocando em risco civis e estrangeiros. O fechamento do espaço aéreo de países vizinhos como Jordânia e Síria agrava ainda mais a situação, tornando as rotas de evacuação escassas e complexas.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv, informou que segue acompanhando o caso e buscando rotas alternativas para garantir a retirada segura dos brasileiros que ainda estão no país. Fontes diplomáticas citam a possibilidade de evacuação por via terrestre, mas destacam que a alternativa é arriscada diante do atual cenário de instabilidade regional.
Em Rondônia, a população questiona a utilidade e os resultados práticos dessa missão internacional. Diante do cenário de guerra, cresce o clamor por transparência e por respostas concretas sobre os motivos que justificam tamanho gasto com recursos públicos em uma viagem oficial em meio a um conflito internacional.
Enquanto o governador continua atualizando suas redes sociais com agendas e fotos institucionais, sem mencionar os riscos da operação militar em curso, aumenta a cobrança por responsabilidade e prudência diante da gravidade do momento.