Uma comitiva brasileira enviada a Israel a convite da representação diplomática israelense no Brasil encontra-se retida em território israelense desde que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu autorizou ofensivas militares contra o Irã na sexta-feira, 13 de junho. Entre os integrantes da missão está o governador do estado de Rondônia, acompanhado de cinco representantes estaduais. A delegação permanece no país em meio à escalada das hostilidades e enfrenta sérias dificuldades para deixar a região.
O cenário se agravou logo após o início dos ataques coordenados por Tel Aviv, que tiveram como alvos centros estratégicos no território iraniano, incluindo instalações nucleares. A resposta iraniana foi imediata e intensa, com o lançamento de mísseis balísticos e drones em direção a diversos pontos do território israelense. Desde então, os sistemas de alerta antiaéreo em cidades como Tel Aviv e Jerusalém têm sido acionados com frequência, forçando a população e estrangeiros a buscar abrigo em zonas subterrâneas.
Segundo fontes ligadas ao Itamaraty, a situação da comitiva brasileira é delicada. Os membros do grupo não conseguem embarcar em voos comerciais devido à suspensão das atividades nos aeroportos locais. O espaço aéreo israelense segue sob forte restrição por determinação das autoridades de defesa. A embaixada do Brasil em Tel Aviv reconhece que há um risco significativo de novos bombardeios e orienta todos os brasileiros na região a permanecerem em locais seguros.
O grupo de autoridades brasileiras deveria participar de reuniões com representantes do governo israelense e visitar instalações de tecnologia e segurança. No entanto, a visita diplomática foi rapidamente interrompida após a intensificação do conflito. Desde então, os esforços da diplomacia brasileira se concentram em garantir a proteção e o eventual retorno do grupo ao país de origem.
Analistas regionais apontam que a ação militar de Israel foi planejada com o objetivo de desestabilizar o Irã e países vizinhos. Entretanto, a ofensiva tem provocado reações em cadeia, ampliando o raio de tensão em todo o Oriente Médio. O risco de um conflito de grandes proporções é real, com impactos que ultrapassam fronteiras e ameaçam diretamente a segurança de diplomatas, visitantes e civis de diversas nacionalidades.
Organismos internacionais têm emitido alertas e apelos para que haja recuo imediato das ações militares e que se retome o caminho do diálogo. Enquanto isso, brasileiros em Israel, incluindo autoridades do poder público, seguem em uma situação de vulnerabilidade extrema. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil mantém contato com os membros da missão e busca soluções junto às autoridades israelenses para viabilizar a evacuação em segurança.
A permanência de brasileiros em território alvo de ofensivas militares reforça a urgência de repensar missões diplomáticas em zonas de conflito ativo. A situação escancara o grau de instabilidade em que Israel mergulhou a região ao adotar medidas unilaterais que desafiam os canais internacionais de mediação e colocam vidas em risco.