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Comunidade libanesa no Brasil é convocada a reconstruir o país de origem em conferência histórica em Beirute

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O Líbano espera receber muitos turistas nas próximas semanas. Imagem: Omar El Wakeel

BEIRUTE – Em um dos momentos mais delicados de sua história moderna, o Líbano lança um apelo à sua diáspora. A 4ª Conferência Econômica dos Emigrantes, que será realizada em Beirute no próximo dia 17 de julho, tem como principal objetivo mobilizar os milhões de libaneses e descendentes espalhados pelo mundo, em especial, os que vivem no Brasil para ajudar na reconstrução econômica, social e institucional do país.

O evento, organizado pelo grupo Al-Iktissad Wal-Aamal em parceria com o Ministério das Relações Exteriores e Emigrantes do Líbano, será realizado no Hotel Phoenicia InterContinental. A conferência reunirá empresários, autoridades, investidores e lideranças da diáspora libanesa para discutir soluções práticas, parcerias estratégicas e oportunidades reais de investimento em um país que ainda tenta se reerguer de uma crise política e econômica profunda.

Com uma população estimada de mais de 7 milhões de descendentes de libaneses, o Brasil é considerado um dos principais pilares dessa rede internacional. São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro concentram as maiores comunidades e têm tradição em manter laços culturais e comerciais com o país dos cedros. Dados do Ministério das Relações Exteriores brasileiro apontam que a comunidade libanesa contribui de forma significativa para o comércio, a política e a cultura nacional.

Apesar da distância geográfica, os vínculos emocionais e familiares seguem fortes. “O Líbano precisa de seus filhos fora de casa. O Brasil tem um papel central a cumprir nessa nova fase de reconstrução”, afirmou um dos organizadores da conferência.

Entre os temas prioritários da pauta estão a reestruturação do setor bancário, turismo, agricultura, transição energética, inovação tecnológica e a retomada das remessas internacionais, que, em 2014, chegaram a representar 18% do PIB libanês, segundo dados do Banco Mundial.

O governo libanês também pretende anunciar incentivos para facilitar o retorno de investimentos e o engajamento da diáspora. A proposta é transformar a conexão histórica entre os emigrantes e sua terra de origem em força política e econômica. Especialistas avaliam que a presença de empresários brasileiros com raízes libanesas pode abrir portas para novos acordos bilaterais e projetos conjuntos em áreas como infraestrutura, energia e segurança alimentar.

Em um momento em que o Oriente Médio vive mais uma escalada de tensão, e com o Líbano diretamente ameaçado por possíveis desdobramentos do conflito entre Israel e Irã, a conferência surge como um marco de união, reconstrução e esperança.

A cobertura completa da 4ª Conferência Econômica dos Emigrantes, com entrevistas exclusivas, perfis de participantes e os desdobramentos dos debates, será feita em tempo real pelo Jornal do Líbano, diretamente de Beirute.

Clica aqui e participe: Conferência em Beirute