O libanês Nassib El Khoury (33) jogou capoeira pela primeira vez em 2008, em Berlim. A segunda ocorreu semanas depois, desta vez na universidade em Zagreb, na Croácia, quando ele caminhava pelo campus universitário e avistou uma aula de capoeira ao ar livre.
Nassib não pensou duas vezes e se integrou à roda formada pelos alunos da escola de capoeira Filhos de Bimba Zagreb, do mestre Bactéria. “A escola preserva e promove os ensinamentos e filosofia da capoeira regional, arte criada pelo mestre Bimba”, explica Nassib.
Graças à capoeira Nassib aprendeu o idioma português. Ele conta que já visitou o Brasil três vezes. Para o libanês, o esporte brasileiro criado pelos escravos africanos é uma filosofia de vida.
Em 2009, aos 21 anos de idade, Nassib investiu na capoeira e fundou em Beirute o Núcleo da Filhos de Bimba, apontada como a primeira escola de capoeira do Oriente Médio. “Foi um passo maluco, mas, mesmo com as dificuldades, crescemos e trouxemos mestres brasileiros”, agradece Nassib.
Nassib compreende a capoeira como uma importante ferramenta de transformação social. Em diferentes regiões do Líbano, o capoeirista ensina gratuitamente o esporte para crianças de 7 a 15 anos e para refugiados do Iraque, Síria, Palestina e do próprio Líbano. “Usamos a arte da capoeira a fim de desenvolver o lado físico, emocional e social”, sublinha o libanês.
Para os alunos, aprender a capoeira também representa um caminho de entrada para a cultura brasileira. Em suas aulas, além de ensinar o esporte, Nassib também ensina a tocar os instrumentos, o samba de roda, maculelê, entre outros elementos que constituem a musicalidade brasileira.
Em função da pandemia as aulas estão sendo realizadas no formato online. Durante seis anos de ação social, Nassib já apresentou a capoeira à mais de 2 mil crianças carentes e refugiados. Para ele, a capoeira é mais do que uma expressão cultural, é uma arte de transformar vidas e renovar a esperança.
Instagram: @capoeiralebanon