Joury aAl-Sayyed, de 10 meses morreu no sábado (10) e a notícia gerou fúria nas redes sociais. A menina teve febre alta por três dias, o que levou a uma inflamação pulmonar, de acordo com a AFP. Ela foi levada para o hospital de Mazboud, no distrito de Chouf, mas morreu logo depois.
Segundo sua família, ela foi vítima de um atendimento hospitalar precário e da escassez de medicamentos.
“Não havia remédios disponíveis no hospital, então o pai dela foi à farmácia para comprar alguns, mas estava fechada. Estamos morando em um país onde os hospitais não têm remédios e as farmácias estão fechadas”, disse seu tio Ayman al-Sayyed.
O hospital Mazboud, onde a menina morreu, negou qualquer irregularidade.
Em um comunicado, o hospital se defendeu, alegando que Jouri recebeu “tratamento completo e apropriado, incluindo todos os medicamentos necessários”, e ela morreu pouco depois de ser removida do hospital para ser tratada em outro lugar.
A médica Kamal Mourad disse que a criança foi retirada do hospital sem que os médicos do hospital fossem consultados.
O ministro da Saúde, Hamad Hassan, prometeu em um comunicado abrir uma investigação sobre as circunstâncias da morte da criança.
Fúria nas redes sociais
Um vídeo amplamente compartilhado mostrou o pai carregando a menina em seus braços, envolta em um lençol, e responsabilizando a classe política do Líbano, culpada por seu colapso econômico e êxodo de capital.
“Com quem devo reclamar? Os crocodilos e tubarões que deixaram o país?” ele pergunta com raiva no vídeo.
Líbano sem medicamentos
As autoridades sem dinheiro do Líbano reduziram gradualmente os subsídios para produtos básicos, incluindo medicamentos.
Mas atrasos no processo de licitação para importação de medicamentos causaram escassez de muitos produtos, incluindo analgésicos básicos e fórmulas infantis.
Muitas farmácias do Líbano fecharam suas portas na sexta-feira (9) em uma greve de protesto contra a falta de medicamentos causada pela crise econômica do país.