
Beirute, Líbano — A visita do Papa Leão XIV ao Líbano nesta segunda-feira (01), provocou debate internacional após uma declaração do senador norte-americano Lindsey Graham, um dos mais influentes defensores de Israel no Congresso dos Estados Unidos. Em publicação na rede X, Graham afirmou que espera que a presença do pontífice contribua para a reconciliação entre o Líbano e Israel, apesar da continuidade dos ataques israelenses no sul libanês.
Graham escreveu que o momento é crítico para a região e ressaltou que a presença do Papa representa esperança para a comunidade cristã libanesa. O senador disse ainda que a visita pode trazer conforto, cura e renovação dos compromissos com a paz entre o Líbano, Israel e os demais países vizinhos.
A declaração ocorre enquanto Washington pressiona para que Líbano e Israel iniciem conversações diretas. Beirute reafirmou publicamente que está aberto ao diálogo desde que haja mediação internacional e respeito ao território libanês. Autoridades israelenses continuam rejeitando negociações que envolvam retirada militar ou redefinição de fronteiras, segundo fontes diplomáticas.
A Santa Sé não comentou as afirmações de Graham. A agenda oficial da visita de Leão XIV ao Líbano mantém caráter pastoral e humanitário. O pontífice tem encontros programados com lideranças religiosas cristãs e muçulmanas, além de organizações humanitárias que atuam no atendimento de deslocados internos provenientes das regiões atingidas pelos bombardeios.
A presença do Papa tem mobilizado fiéis em Beirute, Jounieh e Zahle. Famílias inteiras se dirigiram às celebrações públicas, apesar das preocupações com a segurança. Para muitos libaneses, a visita representa uma demonstração de solidariedade com o país em meio a uma das piores crises econômicas de sua história e diante da instabilidade militar na fronteira sul.
Especialistas em política regional afirmam que a tentativa de vincular a agenda do pontífice a negociações formais entre Líbano e Israel pode gerar desconforto entre lideranças libanesas que veem a visita como um gesto exclusivamente espiritual. No entanto, analistas diplomáticos reconhecem que a presença de Leão XIV tende a repercutir no tabuleiro internacional e a influenciar movimentos estratégicos de Washington e Tel Aviv nos próximos dias.






