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Tensão: Brasileiros no Líbano estão fugindo dos ataques de Israel e indo para o norte do país

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Carros ficam presos no trânsito em Sidon, no sul do Líbano, enquanto fogem dos ataques aéreos israelenses que atingem lugares mais ao sul. Imagem: Mohammed Zaatari/AP

Muitos brasileiros que vivem no sul e no Vale do Bekaa, abandonaram suas casas e estão seguindo para o norte do Líbano. Com medo dos ataques israelenses, os civis chegaram no final da noite da segunda-feira (23), na capital Beirute e estão  aproveitando a madrugada para seguirem viagem.

O exército de Israel disse que lançou mais de 650 ataques a cerca de 1.300 alvos do Hezbollah no Líbano nas últimas 24 horas. De acordo com o Ministério da Saúde libanês, os ataques mataram 492 pessoas e feriram outras 1.645.

Com medo dos ataques israelenses, os brasileiros estão sendo forçados a deixarem suas casas. É o que diz essa brasileira de Foz do Iguaçu (PR), que por questão de segurança, vamos chamá-la de Maria. “Israel está matando civis. Matou crianças perto da minha casa. Estou com muito medo. Eu vivo no sul há mais de 14 anos. Estou indo para norte sem saber como será por lá. Todos os dias Israel tenta atacar o povo libanês. Eles são cruéis”, salientou.

A Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) expressou “grave preocupação” pelo bem-estar e segurança dos civis que residem no sul do Líbano e reiterou seu forte apelo por uma solução diplomática.

Outro brasileiro do Vale do Bekaa, também não vamos identificá-lo por questão de segurança, explica que a segunda-feira foi aterrorizante para todos que vivem no Líbano. “Israel ameaçou atacar o Bekaa. Muitos não conseguem deixar o país por falta de dinheiro. As passagens aéreas estão custando um absurdo. Eles irão nos matar. Somos inocentes e Israel não quer saber. Eles querem matar e ficam felizes em destruir famílias, comemoram a morte de civis”.

Muitos brasileiros aguardam por um posicionamento do Governo do Brasil, que até o momento, não falou em repatriação. A embaixada do Brasil em Beirute, por meio de um aplicativo de mensagens, informou aos seus cidadãos para que busquem por abrigos administrados por autoridades libanesas.

Na semana passada, milhares de dispositivos de comunicação, usados ​​principalmente por membros do Hezbollah, explodiram em diferentes partes do Líbano, matando 39 pessoas e ferindo quase 3.000. O Líbano culpou Israel pelos ataques, mas Israel não confirmou nem negou sua responsabilidade.