
À medida que a crise econômica sem precedentes do Líbano se agrava, a proporção de pessoas em grave sofrimento continua a aumentar. Nos últimos dois anos, a taxa de pobreza dobrou para mais de 82%. Hoje, cerca de 4 milhões de pessoas estão na pobreza, representando cerca de 1 milhão de famílias, incluindo 745.000 famílias libanesas. Cada família tem sua própria história, que revela grande parte da ansiedade e desespero.
Hanan (29), mãe de quatro filhos entre 8 e 13 anos. Seu marido era dono de uma barbearia perto da casa na área no subúrbio de Trípoli, no norte do Líbano. A educação tem sido uma prioridade há muito tempo. Hanan estava muito orgulhosa do desempenho de seus quatro filhos na escola. Até 2019, Hanan viveu uma vida muito normal, mas feliz.
“Eu tive que vender o tapete e a tv, e agora estou vendendo o resto dos móveis um por um para conseguir dinheiro suficiente para nós permanecermos vivos.”
Hanan pede desculpas pela cama de seu filho. A dona do apartamento onde ela mora hoje vai levar a cama do filho.
Até as refeições que Hanan faz para seus filhos, que estão indo para a escola, ficam menores dia após dia, “hoje, pela primeira vez, suas bolsas escolares não continham nada além de livros. Eu não tenho nada a oferecer-lhes. Não tenho mais nada para vender para alimentá-los, não tenho mais nada para oferecer.”
A crise econômica no Líbano se agravou ainda mais com a explosão no porto de Beirute e com os efeitos da pandemia.
“Reforçamos nossa assistência social, prestamos apoio emergencial para evitar o colapso dos serviços públicos de água e apoiamos milhares de crianças para garantir o acesso aos serviços de educação, saúde e proteção à criança”, relata a UNICEF.
*a verdadeira identidade da família foi ocultada e os nomes de seus membros mudaram a pedido deles.