A associação civil independente ABAAD publicou um estudo, revelando números chocantes sobre a violência sexual contra as mulheres no Líbano, pesquisando 1200 mulheres libanesas, 400 mulheres sírias e 200 mulheres palestinas.
O estudo publicado afirmou que 6 em cada 10 mulheres que foram submetidas a agressão sexual não denunciaram o crime por causa da “honra familiar”, enquanto 3 em cada 10 mulheres cujas filhas foram agredidas sexualmente não o denunciaram porque ninguém acreditaria nelas.
Ele mostrou que 74% das mulheres consideravam a agressão sexual principalmente uma agressão física e psicológica, enquanto 71% confirmaram que a sociedade a vê principalmente como uma agressão à honra da família.
Os resultados também mostraram que 84% das mulheres pesquisadas que não foram submetidas a agressão sexual declararam que a denunciariam se fossem expostas a ela.
“Meu agressor estava me chantageando em plataformas digitais antes de me agredir sexualmente. Eu o denunciei, mas, infelizmente, não levou a lugar nenhum porque ele é bem relacionado, e ele também ameaçou meu marido”, relata uma vítima.
Ghida Anani, diretora da Abaad, afirmou que os crimes de agressão sexual estão aumentando no Líbano, no entanto, as penas ainda são reduzidas.
A organização acrescentou que trabalhou anteriormente na abolição do artigo 522 do Código Penal libanês e exigiu sentenças graves por crimes de agressão sexual.
