O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados se recusa a enviar refugiados sírios de volta ao seu país a partir do Líbano, disse o ministro libanês dos Refugiados, Issam Charafeddine.
O ministro anunciou na semana passada que o governo planeja começar a enviar de volta 15.000 refugiados sírios todos os meses, dizendo que a situação na Síria havia melhorado em grande parte – apesar das objeções da ONU e de grupos de direitos.
O Líbano tem um dos maiores números de refugiados per capita do mundo e atualmente abriga cerca de 1,5 milhão de sírios que fugiram do conflito de décadas. Também abriga centenas de milhares de refugiados palestinos que vivem em 12 campos urbanos.
Autoridades dizem que o fluxo custou bilhões de dólares ao Líbano e colocou ainda mais pressão em sua infraestrutura aleijada enquanto luta contra um colapso financeiro.
Ele ressaltou que, se a ONU não prestar assistência financeira aos sírios em seu país, então está encorajando-os a permanecer no Líbano, observando que o ACNUR não respondeu a uma proposta de estabelecer uma comissão tripartite libanesa, síria e do ACNUR.
“A comissão considera que sua decisão é temporária, até que haja [melhor] segurança na Síria. Nós, como no Líbano e na Síria, vemos que há segurança e não há necessidade de os sírios deslocados permanecerem no Líbano”, disse o ministro.
Charafeddine reiterou em seus comentários ao ACNUR que o Líbano – um país de cerca de 6 milhões – não pode absorver o grande número de sírios em seu território, instando a agência da ONU a ajudar os refugiados a viajar para um país terceiro ou retornar à Síria.
“Trabalhadores sírios deve apresentar um visto para trabalhar no Líbano, e aqueles que vivem em campos têm situações diferentes”, acrescentou o ministro.