Greg Kelly, ex-diretor jurídico da Nissan foi condenado a seis meses de prisão, nesta quinta-feira (03), por desfalque financeiro em Tóquio, no Japão. É a primeira condenação criminal no caso de Carlos Ghosn, do qual ele era um empregado da Nissan.
O caso Ghosn começou no Japão com a chocante prisão em novembro de 2018 do grande chefe da aliança Renault-Nissan, libertado sob fiança em 2019. Kelly havia sido preso no mesmo dia que o Ghosn, e na mesma acusação inicial: não declarar durante anos às autoridades da bolsa japonesa remuneração que o franco-libanês-brasileiro receberia mais tarde da Nissan. Carlos Ghosn denunciou quinta-feira (03) um “veredicto chocante”, porém “previsível” segundo ele. “A única incerteza era como o juiz justificaria tal coisa”, disse o empresário em entrevista.
Os promotores acusaram Kelly de ajudar Ghosn a ocultar 9,1 bilhões de ienes (cerca de 70 milhões de euros) de compensação diferida das autoridades japonesas da bolsa de valores durante o período 2010-2018. O tribunal considerou o Kelly culpado desses fatos, mas apenas no exercício 2017/18, constatando que ele não estava ciente das “conspirações” do Ghosn e de outro funcionário da Nissan na época, Toshiaki Ohnuma, sobre esses pagamentos diferidos. Ohnuma não foi processado pelos tribunais japoneses.
