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Conflito entre Israel e Irã afeta gravemente o tráfego aéreo no Oriente Médio

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Lufthansa suspendeu os voos para o Oriente Médio. Imagem: Lufthansa Airlines

BEIRUTE — A crescente tensão militar entre Israel e Irã, somada aos recentes ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares iranianas, está impactando diretamente a aviação civil em todo o Oriente Médio. O espaço aéreo sobre países como Iraque, Síria, Líbano e Jordânia foi drasticamente esvaziado nos últimos dias, refletindo o nível de instabilidade e risco percebido por companhias aéreas internacionais.

Grandes operadoras como a American Airlines e a United Airlines suspenderam seus voos com destino ao Catar e a Dubai, respectivamente. A alemã Lufthansa, por sua vez, anunciou a suspensão de todas as operações com destino a Teerã e Tel Aviv, e confirmou que evitará rotas sobre os territórios de Irã, Iraque e Israel até novo aviso.

As decisões seguem orientações de segurança de autoridades de aviação e refletem preocupações crescentes com possíveis ataques balísticos, interdições militares e falhas de controle aéreo em áreas sob tensão. Com o aumento da retórica beligerante entre os governos envolvidos e a escalada real de confrontos diretos e indiretos, o espaço aéreo da região está se tornando, na prática, um território de exclusão não declarado.

Autoridades libanesas, embora mantenham o Aeroporto Internacional Rafic Hariri operando dentro da normalidade, monitoram o cenário com cautela. A Síria e o Iraque já registram forte redução de voos comerciais. A Jordânia também reportou alterações em rotas aéreas, com mudanças operacionais em voos noturnos e aumento de inspeções em aeroportos.

O impacto dessa paralisia aérea vai além da logística. As restrições afetam o turismo, os negócios e, principalmente, o transporte de ajuda humanitária e suprimentos médicos, especialmente em áreas como Gaza e regiões do norte do Iraque.

Especialistas em segurança alertam que o aumento da instabilidade no tráfego aéreo é um dos primeiros sinais práticos de que a escalada entre Israel e Irã poderá ter efeitos colaterais duradouros em toda a infraestrutura civil da região. O céu, antes rota de conexão entre continentes, agora se transforma em uma zona de risco e incerteza.