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Demora na emissão de passaporte e visto, prejudicou retirada de bebê brasileira assinada por Israel, diz família

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Fatima foi morta por Israel, no último dia 03 de novembro, no Líbano. Imagem: Arquivo Pessoal

Fatima Bassam Abbas foi assassinada por Israel, no último sábado, 02 de novembro. Com 14 meses, aprendendo os primeiros passos e palavras, acabou entrando na estatística dos civis mortos por ataques israelenses em diversas regiões do Líbano.

Como Israel está bombardeando diariamente o sul da capital, Beirute, Fatima e os pais se mudaram para uma região próxima ao bairro de Achrafieh, localizada ao leste de Beirute.

Passaporte e Visto para o Brasil

Com o aumento das tensões, segundo os familiares, foram solicitados, no consulado geral do Brasil em Beirute, novos  passaportes e o visto para que Marua Hussein, mãe da bebê brasileira, pudesse embarcar para o Brasil.

“Se os passaportes e o visto tivessem saído rapidamente, eles teriam embarcado para Foz do Iguaçu (PR), com recurso próprio, assim como embarquei no dia 29 de setembro, com escala na Turquia,” explica Ali Abbas, avô da bebê.

Ele ainda acrescenta, “demorou muito. Estamos em guerra e quem precisa de documento para deixar o Líbano, encontra inúmeras dificuldades. No Líbano, a gente só consegue falar com as autoridades brasileira por mensagem no telefone e e-mail. Quando eles respondem, conseguimos alguma informação. Caso contrário, ficamos perdidos. O Brasil poderia compreender o momento que estamos vivendo.”

Fatima estava no carro com os pais, em uma região, que segundo autoridades libanesas, não era alvo dos militares israelenses. Ela teve ferimentos graves, na região da barriga, passou por procedimento cirúrgico, não resistiu e morreu no domingo (03).

Imediatamente, o pai da bebê, Bassam Ali Abbas, enviou uma mensagem para autoridades diplomáticas brasileiras, comunicando o que estava acontecendo. Desde então, eles estão sendo procurados por representantes do Ministério das Relações Exteriores do Brasil. “Agora que aconteceu essa tragédia, nos procuram. Poderiam ter retirado essa bebê antes do ocorrido. Todo mundo que está no Líbano segue em perigo. Precisa retirar o povo urgente. Ser mais ágil. Israel está matando civil”, ressalta o avô.

Repatriação

Bassam e o irmão que também vive no Líbano, junto com suas famílias, aguardavam uma vaga no voo de repatriação. Com a morte da pequena Fatima, Marua está resistente em deixar o Líbano. “A mãe da Fatima está muito abalada. Quem tem filho sabe o que ela está sentindo. Ela diz o tempo todo que não quer deixar a Fatima para trás”, diz o avô. Parte da família Abbas devem embarcar no próximo voo da Força Área Brasileira (FAB).

Governo do Brasil

Por meio de nota do MRE, o governo brasileiro manifestou condolências à família da vítima.

“Desde o início de outubro até 3ª feira (05), foram realizadas 10 viagens, por meio da aeronave KC-30 da FAB (Força Aérea Brasileira). Ao todo, 2.072 pessoas foram trazidas do país do Oriente Médio ao Brasil, além de 24 animais de estimação”.

O Governo do Brasil, por meio da embaixada em Beirute, comunicou na segunda-feira (04), todos os cidadãos brasileiros residentes no Líbano e que ainda não conseguiram deixar o país nos voos de repatriação, que comprem seus bilhetes aéreos.

“Atendendo a pedido da Embaixada do Brasil, a Middle East Airlines dispõe-se a dar prioridade a passageiros portadores de passaportes brasileiros em um número determinado de assentos no voo 241 em direção a Madri nos dias 9, 12, 16 e 19 de novembro corrente, bem como no voo 217 em direção a Frankfurt nos dias 10, 12, 14, 16 e 17 do mês em curso. A reserva e a compra do bilhete ficam a cargo de cada passageiro. Também cabe a cada interessado as eventuais reserva e compra de bilhetes para voos de conexão nessas duas cidades para o Brasil.”

Brasileiros mortos por Israel

Israel assassinou três brasileiros. Todos menores. Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, Mirna Raef Nasser, de 16 anos, foram mortos no Vale do Bekaa. Fatima Bassam Abbas, de 14 meses, foi morta em Beirute.