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Dois milhões de libaneses vivem na extrema pobreza, alerta relatório

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O custo da comida no Líbano aumentou 400% em um ano, disse a Save the Children [AFP via Getty]

A Organização Save The Children alertou em um relatório divulgado na última semana, que metade das crianças libanesas, ou cerca de 700.000, estão neste momento precisando de ajuda humanitária. A ONG apontou novos dados da ONU mostrando que mais de 2 milhões de libaneses (cerca de 57% da população) vivem agora em extrema pobreza, com 3 em cada 4 famílias não tendo dinheiro suficiente para comprar alimentos.

“Isso se soma aos 1,8 milhões de refugiados e migrantes que vivem no Líbano, incluindo 700.000 crianças refugiadas sírias que já enfrentam condições terríveis. Cerca de 99% das famílias sírias não têm dinheiro suficiente para comprar alimentos”, segundo a organização.

O relatório mostra que o conflito na Ucrânia piorou ainda mais a crise alimentar no Líbano e que o custo dos alimentos aumentou 396% em um ano. O custo do pão aumentou 38%, e os preços do óleo de girassol e açúcar aumentaram 88% e 72%, respectivamente.

“O aumento do custo dos alimentos provavelmente agravará as necessidades de nutrição e saúde em todo o Líbano. Sem uma ação urgente, as crianças continuarão a suportar o peso da crise de pobreza no Líbano, com mais de 200.000 crianças já sofrendo de desnutrição e 7% de todas as crianças atrofiadas, um indicador de desnutrição crônica”, acrescentou o relatório.

A diretora nacional do Save the Children no Líbano, Jennifer Moorehead, disse que esses novos dados refletem a deterioração da situação no país.

A organização pediu soluções de longo prazo para aliviar a crise humanitária, acrescentando que “o governo do Líbano e a comunidade internacional devem trabalhar juntos para garantir que os serviços essenciais não entrem em colapso e para reforçar a resiliência das famílias. Sem isso, colocaremos em risco ainda mais a vida das crianças – e futuros – “, alertou Moorehead.