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“Famílias estão em risco em acampamentos no Líbano”, alerta Unicef

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De acordo com a UNICEF, ao todo são 62 crianças vivendo no acampamento em Beirute. Essas crianças estão em extrema vulnerabilidade social. Imagem: Fouad Choufany

A vida de dezenas de famílias libanesas de herança palestina tem sido uma luta pela sobrevivência. Quando a UNICEF visitou este assentamento em meados de abril, o pai de cinco Hamad comentou: “Nem temos dinheiro suficiente para cobrir o básico”. Seis meses depois, um incêndio destruiu a maioria das tendas e a situação só piorou para todas as famílias em Hesbi.

Em abril, uma equipe da Unicef foi recebida por moradores de Hesbi, onde vivem em casas construídas ao pé de um aterro nos arredores da cidade de Saida, no sul do Líbano. Seis meses depois, restam apenas duas tendas – as casas de 22 famílias foram destruídas pelo fogo no último incêndio. Eles receberam apoio emergencial imediato da UNICEF, incluindo kits de higiene e roupas para as crianças.

“Nos últimos seis meses, temos dormido no chão ao ar livre”, relata Assad Mostapha. “Não temos mais casas, e tudo o que queremos é fornecer um espaço seguro para nossas crianças. Só queremos ser notados; queremos ajuda para isso”, diz.

“Nos últimos 6 meses, temos dormido no chão ao ar livre”, lamenta Mostapha.
Imagem: Fouad Choufany

Assad, sua esposa, e oito filhos dormem em quatro colchões, deitados diretamente no chão. “Temos quatro colchas que usamos para tentar nos cobrir”, diz ele, “mas o frio está nos machucando à noite agora. Tudo o que coletamos nos últimos vinte anos foi destruído no incêndio”.

“Tudo é muito mais caro. Meus filhos me ajudam e me trazem comida, mas eu como uma variedade limitada hoje em dia. Geralmente só batatas e lentilhas, às vezes eu tenho pão, e carne é algo que eu não posso mais pagar. Eu não tenho uma casa. Eu durmo embaixo da árvore ali”, lamenta Amina Sobhi Hassan, de 65 anos.

“Eu não tenho uma casa. Eu durmo embaixo da árvore”, retrata a viúva. Amina Sobhi Hassan. Imagem: Fouad Choufany

Segundo informações da UNICEF, no assentamento vivem 62 crianças que não frequentam mais a escola.

Ahmad de 14 anos é um deles. Ele trabalha fazendo carregamento em caminhões e recebe uma remuneração diária de 30 mil liras, um pouco mais de um dólar. Seus ganhos permitem que Ahmad compre comida para a família. “Meus irmãos e eu temos empregos.  É bom alhamdulillah (louvado seja Deus)”, sorri.

“Está tão frio à noite agora. O frio não é a única desvantagem de dormir lá fora. À noite, às vezes os carros passam na rodovia, e os motoristas jogam coisas no aterro. Tenho certeza que eles não sabem que estamos aqui. eles não podem imaginar que as pessoas estão dormindo fora em noites como essas”, ressalta o menino.

A UNICEF informou que está trabalhando com as autoridades locais e parceiros para obter uma solução para a proteção dessas famílias. “As crianças deste assentamento estão recebendo apoio da UNICEF como parte de nossa resposta às múltiplas crises que atingem o Líbano”, informou.