O líder do Kataeb, deputado Samy Gemayel, alertou esta quarta-feira (10) contra qualquer compromisso no sul do Líbano que seja “à custa do Líbano”, numa altura em que o Hezbollah e Israel se confrontam diariamente desde 8 de outubro de 2023, na sequência da operação “Al-Aqsa Flood” do Hamas contra Israel.
Este alerta surge numa altura em que o primeiro-ministro interino, Najib Mikati, e o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, mostraram recentemente abertura para negociações com Israel sobre a demarcação da fronteira terrestre e o fim do conflito.
“Está claro que Israel tem interesse em proteger suas fronteiras e que o Hezbollah tem interesse em permanecer vivo (…) Portanto, as negociações poderiam servir a esses dois grupos, mas tememos que isso possa acontecer às custas do Líbano”, disse Gemayel em um comunicado emitido pelo partido Kataeb após uma reunião com o embaixador francês em Beirute, Hervé Magro.
“Todos aguardam a solução entre Israel e o Hezbollah, enquanto o Líbano oficial está ausente. Essa situação nos preocupa”, enfatizou Gemayel. “Não podemos transigir à custa da soberania do Estado. O que nos importa é implementar a Resolução 1701 para evitar qualquer agressão (contra o Líbano), mas também a Resolução 1559 para que o Estado assuma o comando da estratégia de defesa”, acrescentou.
A Resolução 1701 pôs fim à guerra de Julho de 2006 entre o Hezbollah e Israel e apelou a um destacamento significativo do exército libanês no Sul do Líbano. A Resolução 1559 da ONU pede, entre outras coisas, o desarmamento das milícias libanesas e não libanesas no Líbano.
“O Hezbollah terá que enfrentar escolhas significativas. Quererá continuar a viver à parte do Estado e do povo libanês e estar em confronto com eles?… ou vai querer ser um parceiro importante?”, questionou o líder do Kataeb.
Ele também pediu a eleição de um presidente da República, já que o país está sem chefe de Estado há mais de um ano.