Aos dois anos de vida, a vítima mais jovem da explosão do porto de Beirute, Isaac Oehlers, cantava músicas infantis enquanto a mãe, Sarah Copland, grávida do segundo filho, preparava o jantar, no dia 4 de agosto de 2020. Os pais, desesperados, tentaram buscar ajuda médica, mas o menino não resistiu. Isaac foi o único australiano morto na explosão.
Isaac foi atingido no peito por um pedaço de vidro. Desesperados, os pais da criança desceram pelas escadas do prédio, acreditando que Beirute tinha sofrido um atentado terrorista. O pai do menino tinha um corte profundo no pés, a mãe sangravava muito por causa de um corte no rosto.
Um senhor ofereceu ajuda e como os hospitais próximos foram atingidos, seguiram em meio ao trânsito caótico para o hospital Rafic Hariri. A mãe teve que se separar do filho por causa dos graves ferimentos que ela tinha. O pai, Oehlers Said foi junto com o filho, que precisou ser operado.
“Nenhum pai deveria estar na mesma sala que seu filho, que está em uma mesa de operação, ver o monitor cardíaco em linha reta e ouvir todos os alarmes disparando. Os sons dos alarmes disparando é algo que vai ficar comigo pelo resto da minha vida,” lamentou o pai.

Copland foi enviada para Beirute em agosto de 2019 para trabalhar nas Nações Unidas, após uma temporada em Nova York. Seu filho já estava integrado ao novo país e falava palavras em inglês, francês e árabe.
A Copland quer que o governo australiano apoie uma pressão para que o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas inicie uma investigação internacional sobre o desastre, “a investigação libanesa é uma farsa, repleta de atrasos e interferência política”, afirmou a mãe do menino.