O gabinete do Líbano falhou na quinta-feira (27) a reunião para escolher um sucessor para o antigo governador do banco central, Riad Salameh, o que significa que o banco poderá ficar sem liderança a partir de segunda-feira (31), numa altura em que o país se aproxima de um quinto ano de turbulência financeira.
Salameh, de 72 anos, deixa na segunda-feira após 30 anos como governador com a economia do Líbano em frangalhos e enfrentando acusações de desvio de fundos públicos, o que ele nega.
A perspectiva eminente de um vácuo de liderança no banco central levanta temores de mais fragmentação do Estado e reflete divisões mais amplas que também deixaram a presidência vaga e o país sem um gabinete totalmente capacitado por mais de um ano.
O primeiro-ministro interino, Najib Mikati, e o presidente do Parlamento, Nabih Berri, lideraram os esforços para nomear um novo governador. No entanto, Hezbollah e o Movimento Patriótico Livre rejeitaram as medidas, dizendo que um gabinete interino não tinha o direito de dar esse passo.
A sessão ministerial desta quinta-feira foi cancelada minutos depois de ter começado porque não havia ministros suficientes para cumprir o quórum.
“Hoje, tivemos a oportunidade de tratar temporariamente de um dossiê relacionado à situação financeira e monetária. Infelizmente, os cálculos políticos das partes envolvidas dentro do governo têm prioridade sobre os outros, então que cada partido assuma a responsabilidade por sua decisão”, disse Mikati.
De acordo com o código de dinheiro e crédito do Líbano, o primeiro dos quatro vice-governadores deve assumir quando Salameh deixar o cargo. Mas os quatro ameaçaram renunciar se nenhum sucessor for nomeado, dizendo que a crise exigia um governador para liderar.
