
A educação libanesa que já foi orgulho em todo o Oriente Médio, enfrenta agora uma “emergência” educacional, afirma as Nações Unidas (ONU). À medida que anos de colapso econômico pesam sobre estudantes e professores, as desistências dos anos letivos também estão aumentando.
“Estamos agora em uma situação de emergência. A educação no Líbano está em crise porque o país está vivendo em crise”, disse Maysoun Chehab, do órgão de Educação e Cultura das Nações Unidas (UNESCO).
Ela falou à margem de um evento celebrando a conclusão de um projeto da UNESCO de US$ 35 milhões para reabilitar 280 centros de educação danificados por uma explosão em 2020.
Desde o final de 2019, a lira libanesa perdeu mais de 90% de seu valor, empurrando a maioria da população para a pobreza extrema.
Cortes diários de energia durando mais de 20 horas e preços crescentes da gasolina significam que muitos estudantes não podem se dar ao luxo de chegar às suas aulas nem estudar em casa.
“As escolas não têm fundos suficientes para operar como deveriam, os professores não têm salários suficientes para viver em prosperidade, os alunos não têm meios de transporte devido aos altos preços dos combustíveis. Isso tudo está afetando a qualidade da educação”, disse Chehab.
As matrículas em instituições de ensino caíram de 60% no ano passado para 43% no ano letivo atual, constatou um relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
O Estado sem dinheiro foi incapaz de aprovar reformas substanciais, uma exigência para acessar bilhões de dólares de credores internacionais.
A diretora-geral adjunta da UNESCO para a Educação, Stefania Giannini, no entanto, disse estar otimista de que a comunidade internacional continuará apoiando a educação no Líbano.
“Esta é minha terceira visita ao país em um ano e meio. Sei que a crise econômica ainda afeta muito o país, mas também estou confiante de que o Líbano não será deixado para trás no quadro geral das crises no mundo.”