Morreu nesta quarta-feira (11), Hussein al-Husseini, ex-presidente do Parlamento do Líbano e responsável pelo Acordo de Taif de 1989, que pôs fim à guerra civil de 15 anos no país. Ele tinha 85 anos.
Husseini foi internado no Centro Médico da Universidade Americana de Beirute no último dia 3 de janeiro, depois de ser diagnosticado com uma forte gripe, informou a Agência Nacional de Notícias estatal. A NNA acrescentou que Husseini permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) até sua morte na manhã desta quarta-feira.
O primeiro-ministro interino, Najib Mikati, declarou um período de luto de três dias no Líbano, enquanto o presidente do Parlamento, Nabih Berri, adiou uma sessão que estava programada para ocorrer na quinta-feira (12) para eleger um novo presidente.
“Hoje o Líbano perdeu uma autêntica estatura nacional e constitucional”, disse Mikati, acrescentando que “a presença de al-Husseini constituiu um marco na história do trabalho parlamentar no Líbano”.
Husseini foi eleito para o parlamento representando a região nordeste de Baalbek-Hermel em 1972 e permaneceu como legislador até 2008. Ele foi eleito presidente do parlamento em 1984, cargo que manteve até 1992.
O político foi um duro crítico do sistema político de base sectária do Líbano, que dividiu os principais cargos no país de 5 milhões de habitantes entre as comunidades cristã e muçulmana. Husseini também foi um forte opositor das políticas financeiras do país, incluindo empréstimos pesados, que começaram na década de 1990 e eventualmente levaram ao colapso econômico de três anos do Líbano.
Nascido na cidade de Shmistar, no leste do Vale do Bekaa, em abril de 1937, Husseini desfrutava de amplo respeito entre muitos libaneses – especialmente por sua defesa dos direitos civis e por não estar envolvido em corrupção generalizada entre a classe política do país. Husseini era formado em administração de empresas pela Universidade do Cairo.
Em 1973, ele ajudou a fundar o Movimento Amal e ajudou a elevar a comunidade xiita do Líbano de décadas de marginalização para um dos principais corretores de poder na pequena nação.
Em 1978, ele se tornou o chefe do Movimento Amal, mas deixou o cargo em dois anos, depois que ele se recusou a ter o grupo participando da guerra civil do país. Ele foi substituído por Berri, que ainda lidera Amal.
Como presidente do Parlamento, Husseini foi uma potência-chave por trás do acordo de paz de 1989 alcançado entre grupos libaneses rivais na cidade saudita de Taif, que encerrou a guerra civil de 15 anos em 1990.
Em 2008, Husseini renunciou ao Parlamento em protesto contra o Acordo de Doha, que encerrou confrontos de semanas entre os grupos políticos do país e formou um governo que deu ao Hezbollah e seus aliados poderes de veto no gabinete. Ele alegou que o acordo era inconstitucional.
