
O Banco Mundial acusou os políticos libaneses de orquestrarem o colapso econômico do país, alertando em um relatório divulgado na terça-feira (25), que o colapso é uma ameaça de longo prazo para o Líbano.
O relatório mostrou que o produto interno bruto do país caiu de cerca de US$ 52 bilhões em 2019 para uma projeção de US$ 21,8 bilhões em 2021, marcando uma contração de mais de 58%. Essa é a maior contração dos 193 países listados pela publicação.
“A depressão deliberada do Líbano é orquestrada pela elite do país” que há muito controla o país, disse o relatório, intitulado ” A Grande Negação”.
O colapso começou em outubro de 2019 e colocou mais de 75% da população do país na pobreza. A lira libanesa perdeu mais de 90% de seu valor e há várias taxas de câmbio, refletindo a gravidade da crise. Os bancos impuseram controles de capital informais, privando as pessoas de acesso às suas economias.
Apesar de gastar bilhões de dólares em projetos de infraestrutura desde que a guerra civil terminou em 1990, a eletricidade corta por 22 horas por dia, a água da torneira é em grande parte inalcançável, as estradas estão cheias de buracos, pilhas de lixo nas ruas enquanto o sistema de esgoto inunda sempre que há chuva forte.
O relatório, que analisa o final de 2021, estima uma queda do PIB de 10,5% para esse ano. Isso vem após uma contração de 21,4% em 2020. Ele se alinhava com relatórios anteriores que diziam que a crise é um dos mais severos colapsos econômicos do mundo nos tempos modernos.
A inflação crescente do Líbano, estimada em 145% em 2021, agora ocupa o terceiro lugar mundial depois da Venezuela e do Sudão, aponta o documento.
O relatório diz que as receitas do governo estão estimadas em quase metade em 2021 para atingir 6,6% do PIB, marcando a terceira menor relação global, depois da Somália e do Iêmen.
Estima-se que a dívida bruta atinja 183% do PIB em 2021, levando o Líbano à quarta maior proporção do mundo, atrás do Japão, Sudão e Grécia.