
Uma grande batalha judicial envolvendo duas famílias libanesas emergi pelo Judiciário do Paraguai. Elas são da cidade de Baaloul, no Vale do Bekaa. Os membros das famílias Issa e Osman são protagonistas da disputa judicial há mais de dois anos e envolvem acusações de golpe nas empresas Issos S.A; Issos Greenfield International S.A. e Somax Agro.
Os Osman que residem na fronteira entre Brasil e Paraguai, acusam os Issa que vivem no Panamá e na Colômbia de eventual lesão de confiança, adulteração de documentos, simulação de dívidas falsas, entre outros.
Jamal Osman, hoje com 70 anos, teria adquirido inúmeros problemas de saúde em decorrência dessa briga de foice na disputa milionária com os Issa.
ENTENDA O CASO
Jamal é sócio da empresa Issos S.A. e o seu filho Wisam Osman é sócio da empresa Issos Greenfield International S.A. que por sua vez é dona da empresa Somax Agro. Uma forte empresa do segmento do agronegócio, que nasceu em 2009, no Paraguai, fruto da união empresarial entre as duas famílias libanesas e ex. diretores brasileiros da empresa Agrotec no Paraguai.
Conhecedores do mercado, mas sem capital financeiro, fizeram um projeto da empresa Somax e em troca, solicitaram uma parceria na sociedade da nova empresa.
Segundo os Osman, aproveitando da vulnerabilidade ocasionada pelo quadro de saúde do Jamal, os sócios, família Issa e os brasileiros, tomaram medidas criminosas e estão sendo questionados na justiça paraguaia.

Após se sentirem lesados por causa da suposta falsificação de documentos, que davam poderes para os outros sócios, os Osman travaram uma verdadeira batalha judicial para resgatar os bens da família, que agora estão em posse dos sócios da Somax Agro. Hoje composta por Imad Issa Issa, Nadin Issa Omar, Anuar José Issa Omar, Towfik Issa Issa, Samir Issa Omar, Farid Issa Omar, Ziad Issa Issa, José Mario Matheus Viegas, Fabio Guilherme Bedin, Evandro Foppa.
Outro ponto levantado pelos Osman, são as novas filiais abertas. Diversas no Paraguai e outras três no Brasil, onde em menos de um ano, os sócios da Somax agro movimentaram milhões de dólares.
Uma pesquisa rápida pelos órgãos brasileiros, é possível ver que a Somax Agro declarou um patrimônio de 25 milhões de reais e está presente nas cidades paranaenses de Foz do Iguaçu, Ibiporã e Paranaguá.
Para Wisam, pode ter havido uma manobra a fim de blindar o real patrimônio da Somax Agro e a intenção de prejudicarem o seu pai.

Uma possibilidade de separação das empresas Issos S.A, Issos Greenfield International S.A. e Somax Agro, localizadas no Paraguai, acabou sendo levantada pela família Issa. Mas segundo Wisam, os sócios já tinham simulado a existência de dívidas milionárias e fizeram que apenas eles arcassem com as despesas. O que resultou no sequestro dos bens da família Osman, retirando-os da sociedade.
Jamal Osman é um empresário muito respeitado no Paraguai. Há décadas gera centenas de empregos. Muito comprometido com causas sociais, ajudou muito o povo paraguaio. E segundo os Osman, aproveitando do prestígio e respeito que o patriarca da família sempre teve no país, os libaneses e os brasileiros conseguiram conquistar o mercado do Paraguai e silenciosamente, tomaram posse do que os pertencia e não querem devolver.
“É vergonhoso o que estamos vivendo. Nunca imaginamos viver algo tão desumano. Eles tomaram posse do que nos pertence e não querem devolver da forma correta. O meu pai está com 70 anos e não o respeitaram. Não tiveram consideração por tudo o que ele significa dentro da Somax Agro. A única coisa que eu quero, como representante da família, é recuperar a dignidade, o patrimônio de toda uma vida do meu pai, mas só queremos o que é dele, não queremos a mais nenhum centímetro de terra de ninguém”, explicou Wisam, filho de Jamal Osman.
Procurados pela nossa equipe de reportagem, Fábio Bedin, um dos responsáveis pela Somax Agro, respondeu que eles só irão se pronunciar depois que a família Osman comprovar que é acionista da Somax Agro.
Assunto questionado pela família Osman, que garante que a empresa Issos Greenfield International S.A, onde Wisam é sócio, é dona de 50 % da Somax Agro e que as ações originais se encontram em poder dos Osman.
“Os brasileiros não tinham crédito no Paraguai. Foi a família Osman que os avaliou nos bancos para poderem ter linha de crédito e pegarem um empréstimo apenas para constituir a empresa com um capital mínimo inicial,” Reforça Wisam.