Familiares e amigos do casal Majzoub, protestaram na frente do Consulado do Líbano, em São Paulo, no início da noite da quinta-feira (05). Cerca de 100 pessoas estiveram no local, pedindo que os representantes diplomáticos libaneses no Brasil, intervenham rapidamente e ajudem na solução do caso.
A manifestação ocorreu de forma pacífica, no mesmo horário do inauguração da nova sede do Consulado Geral do Líbano em São Paulo. Os manifestantes, não tiveram acesso ao evento, que ocorria no quinto andar de um edifício na Avenida Paulista, mas do lado de fora, querendo ser ouvidos, gritavam por justiça.
O protesto durou por aproximadamente três horas. Libaneses das cidades paulistas de São José dos Campos, Mogi das Cruzes e São Paulo se juntaram com libaneses de Minas Gerais, e cobraram rapidez do judiciário libanês, que segundo eles, não segue de forma transparente e independente, já que nenhum advogado da família conseguiu ter acesso ao processo que segue em segredo de justiça.
Ninguém da missão diplomática recebeu os manifestantes. A embaixadora do Líbano, Carla Jazzar, deixou o evento sem falar com os libaneses que protestavam do lado de fora.
Said Majzoub, irmão de Khaled Mohamad Majzoub, denunciou que o irmão, na última semana, ficou sete dias sem água. Os familiares em Ghazze, no Vale do Bekaa, quando souberam, levaram água na prisão em Joub Jannine, onde Majzoub está preso há nove meses.
No final do verão de 2021, Mona Abdul Latif El Majzoub se juntou ao marido em mais uma viagem para o Líbano. O motivo seria buscar aconchego entre os familiares, após o final do ciclo de quimioterapia que ela tinha acabado de se submeter por causa de um diagnóstico de câncer.
Na madrugada do dia 22 de agosto, logo após deixarem um famoso restaurante na cidade de Anjar, onde jantaram na companhia de uma amiga, Majzoub e Mona, retornavam para cidade de Ghazze, quando foram surpreendidos por diversos disparos de arma de fogo.

A amiga síria, Anam Ballat, seguia em carro separado, quando acabou atingida pelos disparos e morreu ainda no local. O casal, assustado, conseguiu fugir e poucos metros depois, acabou batendo o carro em um muro. Mona desmaiou, foi socorrida e levada para atendimento médico na região.
Na manhã seguinte, o casal, acreditando ter sido vítima de um atentado, foi até a delegacia como vítima e testemunha do caso. O propósito era registrar um Boletim de Ocorrência (B.O).
Majzoub foi interrogado por horas e sem nenhuma justificava, segundo os familiares, permanece preso até hoje.