
Um funcionário de uma empresa de comércio de grãos com sede na Turquia negou nesta sexta-feira (29) que cevada e farinha a bordo de um navio ancorado em um porto libanês haviam sido roubados da Ucrânia, dizendo que a fonte da farinha era a Rússia.
O funcionário da Loyal Agro Co LTD, disse à Reuters que a empresa havia procurado importar 5.000 toneladas da farinha no navio para o Líbano para vender a compradores privados, não ao governo libanês.
A Embaixada da Ucrânia no Líbano disse à na quinta-feira (28) que um navio sírio sancionado pelos EUA havia atracado no porto libanês de Trípoli “transportando 5.000 toneladas de cevada e 5.000 toneladas de farinha que suspeitamos ter sido retirada de lojas ucranianas”.
A embaixada russa em Beirute disse que “não tinha informações sobre o navio sírio ou uma carga trazida ao Líbano por uma empresa privada”.
A Rússia negou anteriormente as alegações ucranianas de que roubou grãos ucranianos.
O funcionário da empresa disse que a carga não havia sido descarregada e a alfândega libanesa ainda não havia concedido uma licença de importação, pois a alfândega estava em processo de investigação de afirmações ucranianas de que a farinha havia sido roubada pela Rússia da Ucrânia após a invasão do país por Moscou.
O funcionário disse que a empresa forneceu à alfândega libanesa documentação mostrando que a fonte da carga era legítima.
Um funcionário da alfândega e uma fonte de navegação disseram na quinta-feira que o porto de Trípoli não havia descarregado o navio devido a suspeitas de que estava carregando mercadorias roubadas.
O funcionário da empresa disse que a carga, cerca de 8.000 toneladas de farinha e 1.700 toneladas de cevada no total, havia sido inicialmente destinada à Síria, mas a empresa decidiu descarregar 5.000 toneladas de farinha no Líbano em meio à escassez de pão ligada a uma crise econômica de três anos.
A carga restante estava programada para ser descarregada em um porto sírio, disseram eles.
O funcionário disse que a farinha poderia ser vendida entre US$ 620 e US$ 650 por tonelada no Líbano, enquanto uma tonelada renderia US$ 600 na Síria.
Padarias no Líbano foram inundadas esta semana por multidões frustradas em um país onde cerca de metade da população é insegura em alimentos, de acordo com o Programa Mundial de Alimentos.
O Líbano costumava importar a maior parte de seu trigo da Ucrânia, mas esses carregamentos foram interrompidos pela invasão e bloqueio da Rússia dos principais portos do Mar Negro pelos quais a Ucrânia já exportou.
A Ucrânia havia retomado as exportações legais de trigo para o Líbano em meados de julho, de acordo com a embaixada ucraniana e o chefe da associação de usinas do Líbano.