Funcionários da Embaixada do Brasil no Líbano entraram em greve nesta quarta-feira (26). Eles seguem nos prédios institucionais, mas paralisaram os trabalhos. O embaixador brasileiro, Hermano Telles Ribeiro recebeu na segunda-feira (24), uma carta anunciando o protesto dos funcionários.
A Embaixada, o Consulado e o Centro Cultural terão os serviços afetados com a paralisação dos trabalhos. As aulas no Centro Cultural foram suspensas, quem tinha agendamento no Consulado foi pego de surpresa. O anúncio da paralisação está sendo feito para todos que chegam no prédio. Na Embaixada, em Beirute, os atendimentos estão comprometidos.
Todos os funcionários locais, na capital, aderiram ao movimento. Apenas os servidores de carreira continuam trabalhando.
A greve poderá prejudicar o atendimento de centenas de brasileiros no Líbano e os contatos institucionais com autoridades estrangeiras. Também poderá ficar prejudicado o processamento de pedidos de visto, emissão de passaportes, entre outros serviços consulares.
As leis brasileiras que regulam as greves na administração pública determinam que 30% do pessoal continuem com suas funções.
Entre as reivindicações dos funcionários estão o pagamento do salário desses profissionais. Eles pedem que seja pago em dólar.
Atualmente, o salário dos trabalhadores locais é pago em lira libanesa, moeda local. Um grevista, que pediu para preservar a sua identidade, afirmou estar impossível sobreviver sem qualquer atualização nos vencimentos e somente com o retorno dos pagamentos em dólar seria possível corrigir as perdas salariais. Com a desvalorização da moeda, funcionários tiveram uma defasagem significativa nos vencimentos.
O impacto dessa situação está causando transtornos, muitos tiveram as necessidades básicas atingidas. Existem relatos, que tratam do surgimento de problemas de saúde desses funcionários, como crises de ansiedade, depressão, entre outros.
Caso o Ministério das Relações Exteriores do Brasil reveja esse procedimento, a inciativa irá favorecer os funcionários da Embaixada, Consulado e Centro Cultural.
Os profissionais alegam que há mais de 19 meses tentam uma solução. Sem resposta sobre a reivindicação dos servidores, a greve poderá ter tempo indeterminado.
Até o fechamento desta reportagem o Itamaraty não se manifestou.