O juiz Tarek Bitar, responsável pela investigação da grande explosão ocorrida ano passado no porto de Beirute, solicitou nesta terça-feira (04), aos países com satélites estacionados sobre o Líbano, que forneçam às autoridades locais imagens para ajudar na investigação, informou a agência de notícias estatal.
A agência nacional de Notícias não revelou os países que o juiz pediu imagens do porto antes, durante e depois da explosão. Quase 3.000 toneladas de nitrato de amônio (material altamente explosivo usado em fertilizantes) foram armazenados indevidamente no porto por anos.
Dias depois da explosão, o presidente Michel Aoun, disse que pediu à França, imagens de satélite da época para ver se mostravam algum avião ou míssil.
Imediatamente após a explosão, as autoridades não descartaram um ataque, embora nenhuma evidência tenha surgido para sugerir isso.
O primeiro-ministro cessante, Hassan Diab, também disse depois da explosão que pediu ao presidente francês Emmanuel Macron, imagens de satélite do porto antes e depois da explosão.
Nove meses depois, não se sabe o que desencadeou o incêndio inicial no armazém causando a explosão ou quem foi o responsável por armazenar o fertilizante podre no armazém do porto durante anos.
Bitar foi nomeado para liderar a investigação em fevereiro deste ano, depois que seu antecessor foi removido após contestações legais por dois ex-ministros que ele havia acusado de negligência.
A agência de notícias, Bitar disse que em breve começará a interrogar testemunhas cujos depoimentos não foram colhidos antes, sem dar mais detalhes.
Em meados de abril, Bitar ordenou a libertação de seis pessoas, incluindo agentes de segurança, que estavam detidos há meses.
Entre os libertados estava um oficial que havia escrito uma advertência detalhada aos altos funcionários antes da explosão sobre os perigos do material armazenado no porto.
Dezenove pessoas, incluindo funcionários portuários e o chefe da alfândega, permanecem sob custódia.
A Human Rights Watch disse que as autoridades libanesas não detalharam as evidências e as acusações contra os indivíduos detidos, questionando se eles tiveram o devido processo.
- Com informações de agências internacionais