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Médico libanês é preso nos Emirados

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Na redes sociais, amigos e pacientes pedem que o médico seja libertado. Imagem: Reprodução do Facebook

O médico libanês Richard Kharrat foi preso na semana passada em um hotel em Abu Dhabi, nos Emirados Unidos. Embora as razões de sua prisão não sejam oficialmente conhecidas, há relatos de tweets antigos, que acabaram sendo considerados ofensivos aos emiratis. Ao chegar no país para se submeter a testes para recrutamento em um hospital local, acabou sendo detido.

Amigos do médico ginecologista estão alentando o caso.

O ministro das Relações Exteriores e Emigrantes, Abdallah Bou Habib, afirmou que o Líbano está acompanhando o caso, “a segurança libanesa e as autoridades oficiais estão acompanhando de perto o caso do doutor Richard Kharrat, que atualmente está preso nos Emirados Árabes Unidos”.

A postura de Bou Habib veio durante uma visita do chefe da Ordem dos Médicos no Líbano, Charaf Abou Charaf, com quem ele discutiu as circunstâncias que levaram as autoridades dos Emirados Árabes Unidos a prender Kharrat.

Entre os tweets que supostamente causaram a prisão do médico estavam: “Os Emiratis têm sobrenomes que não correspondem à sua situação material transbordando de riqueza: Taaban (cansado), Nahyan (acabado), Mazloum (oprimido), Mahroum (deserdado)… No Líbano, somos pobres, mas com nomes como Aboul Ezz (glória), Abu Dahab (ouro), Aboul Kheir (boa sorte)”, escreveu Kharrat em sua conta em outubro de 2020. Outros de seus textos, por outro lado, têm uma conotação muito mais agressiva. “Os Houthis prometem bombardear Burj Khalifa (arranha-céus em Dubai). Meu Deus, aça essa informação ser verdadeira! ” teria tuitado o médico, após a ameaça feita pelo movimento iemenita (apoiado pelo Irã) contra os Emirados Árabes Unidos em janeiro passado. Um tweet que seria “farsa”, garante um próximo ao médico e um deputado do Movimento Patriótico Livre, um partido do qual Richard Kharrat tem a fama de estar próximo, e que pediu anonimato. Eles afirmam que este tweet apareceu após a prisão do médico, esclarecendo que não foi publicado em sua própria página, mas sobre o de um cidadão emirati. Outros tweets depreciativos ou francamente racistas atribuídos a ele também incluem este: “Você entendeu por que os árabes são esbeltos (jarab al-árabe)?”

A Associação Médica de Beirute se mobilizou para tentar obter a liberação do ginecologista. “Pedimos às autoridades que trabalhem rapidamente com seus homólogos emirati para a libertação de Richard Kharrat”. Imagem: Reprodução do Twitter.

As relações diplomáticas entre o Líbano e os Estados membros do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), que inclui os Emirados Árabes Unidos, estão tensas desde que o CcG cortou laços com a nação levantina após comentários feitos pelo ex-ministro da informação George Kordahi.