O patriarca maronita Bechara al-Rai voltou à acusação, domingo (31), sobre o caso da prisão do Vigário Patriarcal de Haifa e do arcebispo de Jerusalém Moussa al-Hage, pedindo às autoridades que não rotulem os libaneses que vivem em Israel como “agentes”. Em sua homilia dominical, Rai também puniu, mais uma vez, os atrasos na formação do novo governo, acusando o “povo em causa”, o presidente e o primeiro-ministro designado, de levar a questão “de ânimo leve”.
“O que aconteceu com o Arcebispo Moussa al-Hage é um exame das autoridades para ver até onde eles podem ir contra a Igreja Maronita. Algumas pessoas reclamam da intervenção da religião no estado, mas hoje estão atacando uma confissão fundadora” do Estado, disse Rai.
“Exigimos [das autoridades] que parem de chamar os cidadãos libaneses que vivem nos territórios ocupados de ‘agentes’. Se não o fizerem, causarão grandes danos às nossas paróquias na Terra Santa”, continuou ele, alertando para “o perigo” se os bispos maronitas não puderem mais visitar suas paróquias, alguns dos quais incluem, além de refugiados libaneses em Israel, maronitas que viveram na Palestina antes de 1948.
“Somos os primeiros a respeitar a lei e a justiça”, disse o patriarca, pedindo aos funcionários que devolvessem o passaporte do arcebispo Hage e permitissem que ele cruzasse a fronteira em Naqoura “sem prisão ou inspeção”.
Mais de 10.000 libaneses fugiram para Israel em maio de 2000, quando Israel se retirou do Sul do Líbano, encerrando sua ocupação da área. Nos últimos 20 anos, mais da metade deles deixaram Israel para retornar ao Líbano ou para se estabelecer em um país terceiro.
O arcebispo foi preso há 10 dias pela Segurança Geral quando chegou ao sul do Líbano de Israel. Hage foi interrogado por 13 horas pelas autoridades libanesas enquanto carregava US$ 460.000 e medicamentos que a igreja diz terem sido doados por libaneses de várias religiões residentes em Israel para seus parentes no Líbano.