O procurador-chefe do Líbano desafiou nesta terça-feira (24) o juiz que lidera a investigação sobre a explosão do porto de Beirute em 2020, alegando que ele não pode prosseguir com a investigação até que as autoridades judiciais do país decidam sobre o assunto.
A medida do promotor, Ghassan Oweidat, pareceu marcar um novo capítulo na investigação há muito paralisada.
A declaração de Oweidat veio depois que o juiz Tarek Bitar retornou à investigação na última segunda-feira, após uma suspensão de 13 meses devido a desafios legais levantados por políticos acusados na investigação – incluindo o procurador-chefe.
A mais alta corte do Líbano, a Corte de Cassação, não se pronunciou sobre esses desafios, o que provavelmente levou Bitar a retomar o trabalho no caso na segunda-feira.
Em 4 de agosto de 2020, centenas de toneladas de nitrato de amônio altamente explosivo, um material usado em fertilizantes, detonaram no porto de Beirute, matando 218 pessoas, ferindo mais de 6.000 e danificando grandes partes da capital libanesa.
A gigantesca explosão destruiu ruas e edifícios e, em poucos segundos trágicos, mais de um quarto de milhão de moradores de Beirute ficaram com casas impróprias para morar. Depois, documentos portuários, alfandegários e legais revelaram que os produtos químicos haviam sido armazenados indevidamente por anos em um armazém portuário – e que altos políticos e funcionários sabiam disso.