Em meio às tensões crescentes na região, um fator se destaca além do campo de batalha: a comunicação. Israel tem demonstrado, ao longo das décadas, uma habilidade ímpar em conduzir sua narrativa nos principais veículos de comunicação do Ocidente, garantindo que sua versão dos acontecimentos prevaleça. Enquanto isso, o Líbano enfrenta desafios significativos para levar sua voz além de suas fronteiras, mesmo o Brasil abrigando a maior diáspora libanesa do mundo.
Com uma estrutura de comunicação bem organizada, Israel investe fortemente na disseminação de informações estratégicas e no engajamento de aliados internacionais. Suas mensagens são amplificadas por grandes redes de mídia ocidentais, que frequentemente refletem a perspectiva israelense sobre os acontecimentos no Oriente Médio. Além disso, campanhas coordenadas nas redes sociais mobilizam apoiadores em diversos países, incluindo o Brasil, onde há um forte engajamento digital em defesa de Israel.
Aqui no Líbano, a realidade é diferente. A ausência de um sistema robusto de apoio à comunicação internacional faz com que as informações sobre o que realmente acontece no país enfrentem dificuldades para alcançar o público global. Ainda que existam jornalistas e analistas especializados na região, a falta de respaldo de grandes veículos internacionais limita a projeção da narrativa libanesa.
Mesmo o Brasil com uma diáspora numerosa e influente, o Líbano não tem conseguido converter essa presença em um instrumento eficaz para sua comunicação internacional. Notícias sobre o país costumam ser veiculadas sob o enquadramento de terceiros, o que pode distorcer o entendimento sobre a realidade local.
Enquanto Israel continua a dominar o discurso midiático, o Líbano busca maneiras de romper essa barreira e garantir que sua voz também seja ouvida.
