O ex-primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, declarou que Benjamin Netanyahu deveria renunciar ao cargo de primeiro-ministro, alegando que um de seus principais assessores recebeu pagamentos do Catar. A acusação, que levanta questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse no alto escalão do governo israelense, gerou forte reação do partido governista Likud, que rejeitou as alegações e contra-atacou Bennett.
Em uma extensa publicação na rede social X, Bennett afirmou que Netanyahu perdeu a “autoridade moral” para liderar o país e comandar operações militares, especialmente diante das novas informações sobre o suposto envolvimento financeiro do Catar com seu governo. Para Bennett, essa revelação compromete a credibilidade de Netanyahu e coloca em xeque sua permanência no cargo.
O Likud reagiu duramente, chamando Bennett de “vigarista” e relembrando sua aliança com Mansour Abbas, líder do partido árabe Ra’am, durante seu breve governo. O partido também destacou que foi Bennett quem permitiu, pela primeira vez desde a Operação Borda Protetora, a entrada de trabalhadores de Gaza em Israel, política que foi mantida pela administração de Netanyahu.
Apesar da gravidade das acusações, o Likud não apresentou evidências concretas para contestar as alegações de Bennett, limitando-se a classificar a denúncia como “falsa” e sem fundamento. O partido também criticou o ex-primeiro-ministro por se manifestar apenas sobre esse tema e permanecer “em silêncio como um peixe” sobre outras questões relevantes.
O embate reflete a crescente instabilidade política em Israel, onde Netanyahu enfrenta desafios internos e externos, incluindo pressões sobre sua liderança e investigações que podem impactar seu governo. Enquanto isso, a oposição vê uma oportunidade de minar sua posição, reacendendo debates sobre ética e governança no país.
A crise deve continuar se desenrolando nos próximos dias, com possíveis novos desdobramentos sobre a origem dos pagamentos e seu impacto na política israelense.