
A situação está muito tensa na região do Vale do Bekaa após Khaled Mohamad Majzoub não ter sido levado para atendimento médico, nesta quinta-feira (27), como determinou decisão judicial obtida por familiares.
Ele está preso na cidade de Jib Janine, e os familiares disseram, que na manhã de hoje, foram informados na delegacia, que não seria possível levá-lo para o hospital por falta de combustível nas viaturas policiais.
Agora a tarde, informou Ali Majzoub, que não será possível o irmão ser transferido para um hospital por causa do horário. “Na delegacia nos disseram que está tarde e não é possível levar o meu irmão para um hospital. A cada hora uma desculpa. Não sabemos mais o que fazer,” explica Ali.

Familiares e amigos de Majzoub, na região do Vale do Bekaa, preparam um grande manifesto nesta sexta-feira (27), nas proximidades da delegacia onde ele está preso. O propósito é fazer que Majzoub seja transferido imediatamente para um hospital e receba atendimento médico especializado.
Saúde
Majzoub ocupa uma cela com outros 30 presos. Ele é portador de duas graves doença: Câncer e hepatite C, que se não tratada, de acordo com especialistas, pode se transformar em câncer de fígado. Há algumas semanas, Majzoub estaria apresentando um grave quadro de diarreia. Familiares denunciam que ele está sendo privado de água para até mesmo higiene pessoal.
Direitos Humanos Violados
O advogado de Majzoub no Brasil, Salam Farhat diz que o Ministério das Relações Exteriores brasileiro está sendo informado desde início do caso. Ele reforça que os direitos humanos do seu cliente estão sendo violados e o Brasil mantém conhecimento.
“Ninguém pode dizer que não sabe dos detalhes. Por meio de documentos, informamos o Itamaraty das reais condições do Khaled Mohamad Majzoub dentro da prisão libanesa.”
Preocupação Da ONU Com A Detenção Preventiva Prolongada
O Subcomitê das Nações Unidas para a Prevenção da Tortura (SPT) expressou preocupação com a detenção prévia prolongada, a superlotação e as terríveis condições de vida em locais de privação de liberdade que observou durante sua segunda visita ao Líbano, na primeira semana deste mês.
Os especialistas enfatizaram que a criação de um mecanismo preventivo nacional independente, bem equipado e funcionando adequadamente é essencial para prevenir torturas e maus-tratos, e que o Líbano ainda não tomou medidas fortes e urgentes nesse sentido para cumprir o Protocolo Facultativo.
O Subcomitê deve apresentar seu relatório ao Líbano, incluindo as observações e recomendações decorrentes desta visita, mas o relatório permanecerá confidencial a menos que o Estado decida publicá-lo, o que o Subcomitê encoraja as autoridades a fazer.