Desde outubro de 2024, Israel mantém tropas no sul do Líbano, mesmo após um acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. A retirada total das forças israelenses ainda não ocorreu, gerando tensões e incertezas sobre o futuro da região.
O contexto da ocupação
Os confrontos entre Israel e Hezbollah começaram em outubro de 2023, quando o grupo libanês iniciou ataques contra o território israelense em resposta à guerra de Israel contra o Hamas, na Faixa de Gaza. O conflito se intensificou ao longo dos meses, levando Israel a lançar uma incursão terrestre no Líbano em outubro de 2024, alegando necessidade de proteger suas fronteiras.
O acordo de cessar-fogo, firmado em novembro de 2024, previa a retirada progressiva das tropas israelenses e a implementação de um mecanismo de monitoramento internacional, com a participação dos EUA e da França. No entanto, Israel mantém presença em cinco pontos estratégicos ao longo da fronteira libanesa: al-Aziyah, al-Awaida, el-Hamames, Jabal Bilat e Labbouneh.
Por que Israel ainda não saiu?
Israel argumenta que sua presença é necessária até que o Exército libanês assuma o controle total da região e impeça novos ataques do Hezbollah. Segundo autoridades israelenses, a retirada sem garantias de segurança poderia permitir que o grupo armado retomasse suas ofensivas.
O Líbano, por sua vez, exige a retirada imediata das forças israelenses, afirmando que sua permanência viola a soberania do país e o acordo de cessar-fogo. O Hezbollah já declarou que considera as tropas israelenses uma força de ocupação e que pode retomar os ataques caso Israel não saia.
O papel da comunidade internacional
A ONU e países europeus, como a França, propõem que as forças de paz da UNIFIL (Força Interina das Nações Unidas no Líbano) substituam as tropas israelenses nas áreas ocupadas para garantir a estabilidade. No entanto, Israel não demonstra intenção de aceitar essa solução no curto prazo.
Enquanto isso, os EUA, principal aliado de Israel, evitam pressionar diretamente pelo cumprimento total do cessar-fogo, focando na negociação de um desarmamento gradual do Hezbollah.
O que esperar?
A permanência das forças israelenses no sul do Líbano mantém a região em alerta. Se Israel não se retirar completamente, a possibilidade de novos confrontos com o Hezbollah permanece. A pressão diplomática deve continuar, mas a retirada total dependerá das condições de segurança e dos interesses estratégicos israelenses na região.